– Eu duvido – Escórpio disse. – Depois do que
aconteceu no ano passado, os pais exigiram da Profª Crouch mais rigor sob
aqueles que entram e saem do castelo. Meu pai mesmo mandou uma série de cartas
ameaçando levar o caso ao Conselho de Hogwarts uma vez que a diretora o
ignorasse. Foi proibido o comércio de ingredientes para o preparo de Poção
Polissuco pelas redondezas e só há um carregamento, que é escoltado por
aurores, que só vem para o colégio caso o Prof Slughorn necessite dos
ingredientes para preparar outras
poções. Então a mais forte hipótese é a sua, Rosa, de que há um novo professor
macabro no castelo. O que vocês acham, o Prof Monomon pode não ter sido apenas
uma marionete de Yaxley?
– Ele realmente
estava sob o controle de Yaxley – informou Rosa com veemência. – O Prof Monomon
aceitou se submeter a todos os tipos de interrogatórios do Ministério e todas
as acusações contra ele foram extintas.
– Então foi Buttermere – falou Alvo cheio de
convicções, esquecendo-se de tudo o que Neville lhe pedira e deixando sua rixa
com o professor ganhar força. – Foi ele quem deu vida às pedras. Por isso não
sofreu nenhum arranhão, por isso se prontificou a servir de isca! Não está
claro?! Ele queria bancar o herói e desviar o foco dele para qualquer outro,
fazendo-se parecer como o grande salvador que arriscou a própria vida para
salvar os outros. Ele deve saber um feitiço para apaziguar as feras, então não
iria correr nenhum risco... Desgraçado!
Se não fosse por ele, Amélia não teria arriscado a vida e agora não estaria à
beira da morte!
Por um instante, as palavras de Alvo haviam
surtido efeito em Escórpio e Rosa. Eles se entreolharam por uns segundos
tentando encontrar, um no outro, uma resposta que pudesse contradizer as
argumentações do sonserino. Sem nenhuma surpresa, foi Rosa a primeira a
encontrá-la.
– O que você diz, Al, até tem certa lógica, mas
não há relatos de feitiços que consigam reverter a ação do Percimpotens Locomotor. E mais, por que o Prof Buttermere estaria
sofrendo e se martirizando pelo estado de Amélia tanto se tivesse sido ele a
iniciar o ataque?
– Se uma pessoa morre, e você é o assassino, o que
faria se estivesse no enterro dela e todos chorassem sua morte? – perguntou
Alvo frio, como se lesse a pergunta de um teste, um que poderia mudar sua vida.
– Choraria também ou se manteria sério e inabalado?
– Choraria – quem respondera foi Escórpio, como se
já tivesse a resposta para o enigma na ponta da língua. – Desta forma desviaria
a atenção para outro. Se eu ficasse sério e não demonstrasse reação, apenas
estaria entregando minha posição e estragando o disfarce. Faz sentido pensar
assim... Mas quais seriam seus motivos? Por que atacar a escola desta forma,
quais seriam seus motivos para usar um feitiço desses contra alunos?
– Talvez sejam os mesmos motivos que levaram
Yaxley a fundar a Sociedade da Serpente e se infiltrar em Hogwarts – sugeriu
Alvo.
– Voldemort?
– Rosa exclamou assombrada. – Por que outro bruxo tentaria revivê-lo novamente,
e ainda mais sabendo que outras tentativas já foram frustradas?
– Vai saber – bufou Alvo
saltando do toco de mármore e esticando as pernas com um gemido. – Agora nós só
podemos esperar para ver que rumo essa história vai
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