vinham em peso. Hoje, as batalhas são menores e as
guerras menos comuns, mas tal fato só fez com que o índice de amaldiçoados
diminuísse.”
– Pode ir direto ao ponto? – solicitou Escórpio.
– Aquele dono de uma varinha de cipestre,
geralmente, está sentenciado a ter uma morte heróica, pois ele nunca daria as
costas a uma batalha – disse Rosa, por fim. – Isso se dá ao fato de um dono de
uma cipestre sempre querer estar envolvido em lutas e desafios. Eu soube que
Amélia seria uma dessas no dia em que nos conhecemos. É por isso que eu tenho
dúvidas quanto a recuperação dela. Não seria heróica uma morte como a dela?
Descuidar da própria vida para salvar centenas de amigos e desconhecidos de uma
investida mortal! Não estou desejando que Amélia morra, Alvo, se é isso que
está pensando – acrescentou ela ao ver a expressão emburrada de Alvo. – Devo
minha vida a Amélia. Eu, você e todos que estavam naquele grupo. Mas só estou
dizendo que as circunstâncias e o legado dela dizem que ela não estará presente
para o próximo banquete da escola.
Alvo revirou os olhos para fora do castelo, mas
não conseguia parar de pensar em Amélia e nos feridos e nos mortos cada vez que
via uma sequela daquele ataque covarde. Então ele os fechou. Entretanto, ao
fazê-lo, lágrimas escorreram pelos cantos de seus olhos. Lágrimas dolorosas e
confusas, pois Alvo não conseguia entender o porquê de estar chorando por
pessoas que ele não conhecia e de estar se importância tanto com Amélia. Mesmo
ela tendo jurado lealdade a ele, fazia disso uma ligação tão forte entre os
dois? Um laço capaz de despertar revolta e tristeza no coração de Alvo?
– Quem pode ter feito isso? – perguntou ele aos
amigos por entre os dentes trincados. – O feitiço, quem será que o fez?
Escórpio ficou em silêncio, apenas deu de ombros.
Mas Rosa também parecia estar se fazendo a mesmo pergunta desde o momento em
que sentara naquele lugar.
– Você se lembra do que o Sr Dolohov disse, não
lembra? De que o feitiço foi conjurado de dentro do castelo, e que o inimigo
estava entre estas paredes.
– Como poderia esquecer? Mas você acha que foi um
aluno que o conjurou?
– Não – ela respondeu com firmeza no que dizia. –
O Percimpotens Locomotor é um dos
feitiços mais complicados do ramo da transfiguração. Por isso não me espantou
que só a Profª McGonagall tinha conhecimento dele quando o Prof Buttermere
avisou sobre o ataque. Levando ao pé da letra, esse é o Feitiço de Animação das
Bestas Demoníacas, que transforma todas as estátuas de pedra que retratam
criaturas em animais incontroláveis que só iram parar de atacar quando forem
destruídos. Usar um feitiço deste requer muito estudo, cuidado e, acima de
tudo, habilidade. Pois caso seja mal executado poderá causar graves danos ao
conjurador, pode debilitá-lo ou até mesmo matá-lo. E não me refiro a uma das
bestas o destroças, não. O próprio feitiço pode enfraquecer quem o invoca, caso
não seja um bruxo capaz, pode chegar a levá-lo para a morte.
– Então, você está suspeitando que tenha sido um
professor – sugeriu Escórpio.
– Se seguir a minha linha de raciocínio –
finalizou a menina. – Qualquer aluno teria morrido ou sofrido um ataque de
convulsão se o tivesse testado, então, se não foi um professor, só se fosse um
bruxo de fora que conseguiu invadir Hogwarts.
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