quarta-feira, 16 de novembro de 2011

O Exulto da Cobra, pág 3


– Não me leve a mal, Alvo – articulou Isaac meio esquivo. – Torço por nossa casa ser vitoriosa. Comprei até mais um broche daquelas garotas idiotas. Mas não posso deixar de ficar mais nervoso e ansioso já que outras coisas estão em jogo. Apostei seis galeões com Agamenon, e estou em extasie para ganhar, caso contrário... Eu não tenho seis galeões! Quanto ao Slughorn... Bom, confio em minhas anotações sobre as presas de cobra, mas caso elas fossem corrigidas com menos rigor...
Isaac se calou ao entrar no dormitório. Por mais que Perseu e Antônio se mostrassem ferrados em seus sonhos, os amigos fizeram o máximo de esforço para não provocarem nenhum ruído incômodo. Embora fosse impossível provocar algum ruído mais incômodo que o ronco de Perseu.
Alvo trocou rapidamente suas vestes de quadribol por seu pijama. Antes que Isaac e Lucas o fizessem, ele já estava com a cabeça recostada em seu travesseiro e com o corpo envolto nos lençóis. Mais uma vez seu pesadelo com o Prof Monomon e com a ave gigante voltou a assombrar seus pensamentos. Não poderia estar ligado Monomon ao esquema revolucionário de Silvano e do estranho conjurador do Patrono morcego. Tentando varrer aqueles pensamentos de sua mente e voltando a pensar apenas nas instruções gritadas por Erico durante o último treino antes do jogo decisivo contra a Grifinória, Alvo fechou os olhos e, mesmo com certa dificuldade, adormeceu.   

Hogwarts nunca estivera de maneira tão festiva e irrequieta. O jogo entre a Grifinória e a Sonserina seria naquele sábado e a escola já mergulhara de cabeça nas disputas, falsas predições, apostas e ameaças. A Sonserina necessitava de uma larga vitória contra os rivais grifinórios para poder manter aceso o sonho de garantir uma vaga para a final do Campeonato, além de torcer por uma improvável vitória da Lufa-Lufa, equipe que mesmo com bons jogadores não conseguiu muito mais que ser uma dor de cabeça. A casa do texugo não somara nenhuma vitória. Situação muito diferente da Grifinória. A casa fundada por Godrico Gryffindor estava invicta, com atuações próximas a perfeitas nos jogos contra Corvinal e Lufa-Lufa. Mesmo já estando largamente classificada, a casa não faria corpo mole frente aos sonserinos. Nada os alegraria mai do que acabar completamente com as chances da grande rival, derrotá-la em um jogo memorável e acabar decidindo o jogo final contra a Corvinal.
Ao chegar ao Salão Principal, Alvo foi recebido por um bando de sextanistas sonserinos alegres e festeiros, que agitavam bandeiras e flâmulas verdes e prateadas com enormes cobras desenhadas em cada uma delas. Foram vários os socos amigáveis em seus ombros, tapinhas gentis em suas costas e palavras de força e entusiasmo, muito mais acolhedoras e estimulantes que as ditas por Isaac na madrugada passada. Depois de se desvencilhar dos sextanistas, Alvo foi puxado por Erico que mal havia tocado em seu café.

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