sexta-feira, 4 de novembro de 2011

O Amigo das Corujas, pág 9

– Vai passar. Calma! – gritava ele tentando amenizar a dor de sua coruja. – Fique calmo, Artie... Ai! Meu dedo!
A coruja acabara de dar uma bicada no indicador de Alvo. Mas não fora como as bicadas que o sonserino recebia de sua coruja após ela lhe entregar uma carta e ser liberada para caçar ratos. Aquela não fora uma bicada carinhosa que dizia “obrigado, mestre.”, mas sim “tome isso, seu verme!”. O sangue escorria por seu dedo, e por algum motivo a dor se espalhara por seu corpo com mais velocidade e argúcia do que antes. Seu corpo esquentara, sua pele começara a ficar avermelhada e sua visão turva. Quando o professor chegou a sua mesa as únicas palavras que conseguiram sair de sua boca fora:
– Artie, primeiro... Eu, não.
Lá de longe a voz de Finnigan e as risadas seus amigos puderam ser ouvidas por Alvo mesmo naquela situação. No mesmo momento em que o Prof Monomon apontava a varinha para a goela de Artie cantando um feitiço para desinflamá-la, as piadas vindas de Finnigan e de Thomas puderam ser ouvidas por todos.
– Potter é um frouxo – riu Eugênio espichando o pescoço para ver a dor de Alvo e rir dessa.
– Só uma com bicadinha dessa e ele começa a chora – comentou Henry Thomas acompanhando o amigo. – O que vai ser a próxima, Potter? Vai chamar a mamãe quando um verme morder seu polegar.
– Cale a boca, Sr Thomas! – ordenou o Prof Monomon de maneira autoritária e brava. – Potter pode ter pegado uma infecção com essa bicada. E para sua informação, seu energúmeno: vermes não possuem dentes!
Mesmo após a resposta do professor que um dia já fora um dos melhores alunos de Trado das Criaturas Mágicas de sua época, Henry não se comoveu e continuou a rir de sua própria piada como se tivesse orgulho desta.
– O que está sentindo, Potter? – quis saber o Prof Monomon com impaciência.
– Está doendo. Como se estivesse inchado e ao mesmo tempo estivesse tocando no fogo. Arde muito.
– Venha cá!
O professor abriu caminho por entre as carteiras e levou Alvo para trás de sua escrivaninha. O professor sentou-se em sua cadeira e retirou de uma de suas desorganizadas gavetas um par de óculos que faziam com que o singelo par da Profª Trelawney parecesse de brinquedos em miniatura. Com olhos do tamanho de bolas de futebol, o professor examinou o dedo inflamado de Alvo. Um estranho e incomum brilho tomou seus olhos escuros. Esses ficaram vidrados no sangue vermelho vivo de Alvo que Monomon mal notara que começara a apertá-lo com mais força do que deveria.
Professor? – gemeu Alvo.

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