rã aguda e rouca tomando seus ouvidos. Quando o garoto abriu os olhos deparou-se com duas criaturazinhas encolhidas ao redor de sua cama, ambas segurando bandejas de prata com um verdadeiro banquete à mostra. A criatura mais gorda estava vestida com um avental sujo vermelho vivo, com sinos natalinos e vinhas espalhadas por entre as várias dobras e buracos chamuscados. A mais magra estava com seu habitual traste velho amarrado com vários nós como uma toga. Os dois elfos se esforçavam para mostrar um sorriso agradável, mas tudo que conseguiam era exibirem seus dentes tortos amarelos e mal cuidados.
– Monstro... Bowy! – exclamou Alvo erguendo-se de sua cama e sentando no colchão, – O que, o que estão fazendo?
– Feliz Natal, mestre Alvo – disse Monstro dando uma cotovelada em Bowy e tomando a frente. O elfo doméstico dos Potter fez uma reverência cortês. Seu nariz pontudo chegou a tocar a sua bandeja de prata.
– Feliz Natal, Alvo Potter! – soluçou Bowy amarrando a cara para Monstro. – O senhor dorme ali como uma pedra, Alvo Potter. Parece que está desacordado. O senhor age com se a comida do café nunca esfriasse. O senhor é muito otimista, Alvo Potter.
– Ah, obrigado? – Alvo se mostrava atordoado. Esfregando os olhos para poder enxergar melhor os dois elfos.
Bowy se adiantou repousando sua bandeja sobre o criado mudo. Arrastando o vazo escuro com uma rosa negra que pousava ali desde que Alvo chegara ao dormitório.
– Bowy preparou seu café, Alvo Potter – disse ele com orgulho do próprio feito. – Bowy escolheu a dedo cada tempero e ingrediente. Temos pernil, ovos estrelados, Bolos de Caldeirão e Bruxas de Aveia.
– Monstro preparou sua especialidade, mestre Alvo – grunhiu Monstro colocando sua bandeja no colo de Alvo. – Ganso ensopado e peixada fresca. Acompanhado de suco de abóbora e barras de chocolate, feitas a mão.
Alvo sorriu para os dois elfos. Mas a idéia de ter de comer os dois cafés preparados pelos elfos o atormentava. Erico o lançaria aos braços do Salgueiro Lutador se voltasse das férias e deparasse com seu apanhador com alguns quilos a mais. Alvo, Monstro e Bowy chegaram a um comum entendimento, onde ele, Alvo, comeria metade de cada banquete.
– Espero que tenha você gostado, Alvo Potter – falou Bowy ansioso.
– Estava formidável. E o seu também, Monstro – acrescentou o garoto antes que seu elfo manifestasse quaisquer sinais de irritação.
– Monstro foi instruído por sua mestra a avisar-lhe que seus presentes se encontram junto com os do mestre Tiago e da mestra Rosa na Torre da Grifinória – informou o elfo com cordialidade. – Após o jantar, meus senhores irão se comunicar
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