preenchera o ar e chegara retumbando aos ouvidos de Alvo. Depois o garoto ouviu um chamado. Baixo e oco, como se seu autor não quisesse ser apanhado por mais ninguém.
Alvo Potter.
Alvo arregalou os olhos surpreso. Um garoto de mais ou menos dezesseis anos, de cabelos bem penteados e roupa de dormir, flutuava a poucos centímetros do chão com sua coloração branco-pérola. O fantasma abriu sua boca e formou com os lábios o nome de Alvo. Pouco depois o som do chamamento chegou aos ouvidos do rapaz.
O fantasma indicou com a cabeça a porta que levava às escadarias que davam para a sala comunal. Sem cerimônias o fantasma atravessou a porta sem olhar para trás, ficando apenas na esperança de que Alvo o seguisse.
Alvo hesitou. Saltou para perto de seu malão e retirou um roupão aconchegante e verde, que lhe encobria apenas os joelhos. O garoto apresou-se e meteu a mão na maçaneta e desceu as escadas correndo, saltando os degraus três em três, para poupar tempo.
– Olá – sussurrou Alvo chegando à sala comunal. – Olá... Tem alguém ai? Bruxo, bruxa... Fantasma?
Ninguém respondeu. Alvo estava quase convicto de que todo aquele rebuliço de gritos e chamamentos fora apenas o fruto de sua imaginação. Coisas que um garoto que mal dormira inventara graças a sua imaginação fértil. Alvo já estava voltando para o dormitório quando uma figura embaçada chamou sua atenção. Ela estava sentada em um dos sofás de couro negro espiando o crepitar da brasa esverdeada que sobrara na lareira fria. O fantasma de Colin Creevey girou o pescoço até chegar a Alvo. Então ele piscou.
– Olá, Alvo. Desculpe pela minha maneira de te chamar. Ainda tenho dificuldades em me comunicar com os vivos.
– Ah, Colin, não tem importância – disse Alvo se aproximando do fantasma. – Eu gosto de ser acordado de madrugada te maneira suspensiva. Como vai?
– Morto – respondeu Colin meio chocho.
Mas Colin estava diferente de quando encontrou Alvo pela primeira vez, estava mais “sólido”. Há três meses quando Colin salvou Alvo de uma morte inter dimensional, o fantasma do estudante estava quase que transparente, sua foz era fina e arrastada. Desta vez, Colin se comunicava como qualquer outro fantasma de Hogwarts. Era apenas a forma branco-pérola de um bruxo já morto.
– Você está diferente.
– De fato – assentiu Colin. – Há noite eu me sinto mais forte. Mais fantasmagórico. Arrisco a dizer que me sinto mais neste mundo do que naquele que estava aprisionado junto ao memorial. Talvez seja uma modificação do estado de espectro ao de fantasma. Mas me diga, você esteve em minha área mais cedo. O que queria?
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