sábado, 22 de dezembro de 2012

Eldred Worple, pág 16



Finite – disse Mádi fazendo com que a grama voltasse a ser verde e que o queimado sumisse.
– Então, o que houve mais pra lá? – perguntou o tio Rony que montou um acampamento improvisado com cadeiras de armar e uma mesa com chocolate quente e café onde ele Hermione e Tiago aguardavam.
– Algo que não quero que meu filho escute – respondera Gina em uma indireta muito direta a Tiago. – Já tivemos problemas demais e Quim parece estar começando a perder os estribos.
– Você não sabe da missa metade – deixou escapar Rony revirando os olhos.
– Você está bem, Alvo? – perguntara a tia Hermione com cara de preocupada.
– Parece que engoliu uma lesma do Hagrid – comentara Tiago tentando fazer graça e animar os demais, mas apenas conseguindo fazer com que o estômago de Alvo se revirasse ainda mais.
Tiago, isso é coisa para se falar?! – ralhou Gina.
– E eu estava quase engolindo um marshmallow! – reclamou o tio Rony.
– Eu estou bem – respondeu Alvo melancólico e com um baita enjôo que só passaria se ele fosse se deitar. A cabeça girava e os olhos estavam vermelhos e comprimidos e dava para sentir que olheiras brotavam em sua face. Não havia mais a lareira do Sr Worple para lhe entreter. Não havia mais o que pensar ou assustar, então sua mente começara a implorar por um pouco de descanso. – Eu só preciso dormir.
E sem falar mais nada para ninguém, ele voltou cambaleando lentamente para seu quarto. Arrastando o corpo ele chegou na cama onde se atirou sem hesitar.  Sentindo cada músculo vibrar e pulsar ele conseguiu fechar os olhos e não pensar mais em nada. Somente nas figuras das criaturas que ele criara enquanto era absorto pelas labaredas da lareira bem cuidada de Eldred Worple. E assim como as chamas, Alvo fez o favor de se apagar para o mundo e só acordar na metade da manhã do dia seguinte, quando a voz de seu pai varreu o silêncio matutino acompanhado pelo barulho das barracas começando a serem desarmadas.   
  

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