sexta-feira, 30 de novembro de 2012

O Regresso ao Castelo, pág 27


Está errado, Potter! – Ana lançou a comida em seu prato com força. – E você não deveria falar assim já que se dizia amigo de meu irmão.
– O que quer dizer com isso? – ele finalmente largou os talheres, e sentiu as mãos arderem e formigarem.
– Que minha avó era uma Yaxley, Emma Yaxley! E não era uma louca assassina como Furius! – ela fuzilou Alvo com os olhos. – Ela se casou com meu avô Beto Higgs. Então o sangue Yaxley corre em minhas veias e nas de meus irmãos! Ainda acha que tudo que vem da família Yaxley não presta?
– Não. Desculpe-me, então – Alvo ficara encabulado.
Uma das mais habituais conversas entre os alunos sonserinos durante o banquete inaugural do ano letivo era o interrogatório sobre as origens e as famílias dos novos selecionados. Alvo conhecia bem aquela sabatina, fora vítima de muitas perguntas no ano anterior para saber se seria aceito ou não entre os sonserinos. Também era costumeiro ouvir a frase “isso significa que somos primos”, visto que os novos alunos sempre desandavam a falar de suas árvores genealógicas e seus laços com as outras famílias. Era inevitável que laços entre famílias de puro sangue existissem e que novos primos aparecessem, pois a quantidade de famílias cem por cento de puros-sangues diminuía a cada século. A maioria dos novos selecionados era de sangue-puro, mas havia mestiços entre eles como Alvo e Isaac.
A noite ia passando mais os interrogatórios continuavam. Naquele momento era a vez de Castor Urquhart.
– Meu pai é do Departamento de Legislação do Comércio Bruxo. Nossa família viaja a cada seis meses. É uma pena que eu tenha de ficar aqui em Hogwarts, preferia ser educado por meus pais, ou ir para Durmstrang, mas minha mãe preferiu Hogwarts. Fica mais perto de casa.
– E você Bennett, é parente de Arquibaldo Bennett? – perguntou Tibério Nott se servindo de caramelos cristalizados.
– Acho que não – disse Ashton tranquilamente ajeitando o prato abarrotado de comida. – Nunca ouvi falar o nome desse cara. É meio estranho, não acham?
– E em que seus pais trabalham? – perguntou Ana Higgs para o primeiranista.
– São professores – respondeu.
– São professores particulares de jovens bruxos? – quis saber Cadu Branstone. – Achei que só tutores duendes dessem aulas desta maneira.
– Deve ser então, se você diz – falou Ashton. – Meus pais não são professores particulares. São professores em uma escola perto lá de casa, a The Windsor Boys' School. Meu pai é professor de Geografia e minha mãe de Inglês. Eu ia para lá antes de descobrir que era bruxo.
Antes de descobrir... – gaguejou Perseu Flint deixando seu suco de abóbora derramar sobre suas vestes.

– Seus pais são professores trouxas? – Bruto Nott parecia sentir nojo das próprias palavras.
– Você é um nascido-trouxa? – perguntou Dougal Higgs, com frieza na voz.
– Sim. Acho que é esse nome que vocês dão. Sou o primeiro bruxo da minha família – respondeu Bennett sem entender o porquê de toda aquela algazarra. Ninguém ao redor dele comia. Os olhos estavam abertos muito esbugalhados e fixos nele. Havia um pedaço de frango preso no queixo de Tibério, que estava paralisado. – Isso é algo ruim?
– Em minha opinião: não, Ashton – disse Alvo quebrando o silêncio. Seus colegas ainda estavam paralisados, eles mal respiravam. – Mas eu não posso dizer que todos nessa mesa pensem assim.
Um trouxa – disse Tibério em um tom oco e vazio, olhando para o nada, como se estivesse prestes a morrer.– Seus pais são professores trouxas? – Bruto Nott parecia sentir nojo das próprias palavras.

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