domingo, 9 de setembro de 2012

A 428ª Copa Mundial de Quadribol, pág 4



– Aquele pilantra! – resmungou Willy. – Lamento muito, senhora. Aqueles foram tempos negros em minha memória. Mas agora garanto que sou um trabalhador honesto que só quer vender mercadorias de qualidade.
– Mentiroso! – gritou Mundungo. – E ainda deve estar cruzando os dedos! Esse aqui tem lugar de destaque e sempre garanto produtos de primeira para eles. Então Rony, vai quer o que mesmo?
– Cubro qualquer oferta de Dunga! – exclamou Willy. – E meus onióculos são melhores e ainda dou garantia por eles.
– Eles realmente parecem melhores – falou Alvo ao experimentar os onióculos cedidos por Willy. – Ei, a visão daqui está em alta definição!
– Eu disse!
– Mundungo, devolva meu dinheiro! – berrou Rony quando percebera que seu onióculos não era tão bom quanto o de Alvo.
– Desculpe, mas não aceitamos devoluções – e sacou a varinha, fazendo com que seus produtos se guardassem sozinhos no carrinho. – Está feliz Widdershins? Perdi meus fregueses! – e desaparatou.
– Pilantra!
– E então, senhores... Faremos negócios?
Apinhado de sacolas de papelão e produtos comprados avulso todos correram pela trilha iluminada pelas lanternas e pelos archotes fincados na estradinha de terra batida. Milhões de pessoas seguiam o mesmo caminho que eles, gritando, falando, rindo, apostando e cantando. A algazarra era inevitável, e os organizadores brasileiros pareciam perdidinhos quando se deparavam com a multidão de torcedores que se aproximava do estádio.
O Nacional de Quadribol era imenso. Estacas de ferro pintadas de dourado sustentavam suas paredes e sua arquitetura contemporânea e moderna. Três grandes rampas direcionavam os torcedores para dentro do estádio, onde havia inúmeras bifurcações e escadas que levavam para cada setor das arquibancadas. Antes das entradas havia uma comissão de bruxos de segurança com pranchetas sentados em banquinhos de prata com uma mesinha improvisada de plástico com uma balança para pesar varinhas. 
Quando o grupo se aproximou dos seguranças houve um tumulto, pois a maioria não sabia falar inglês. Passados cinco minutos o superior daquele setor se apresentou e, lamentando a todo o momento, se comunicou com Harry falando um inglês impecável e fora ordenando seus subordinados a fazerem as pesagens e demais verificações.
– As crianças não precisarão passar pelo Detector de Segredos – informou o superior enquanto um bruxo alto e negro passava uma espécie de antena de carro

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