sexta-feira, 27 de julho de 2012

O Acampamento, pág 4


vez ele tremeu e uma baforada de fumaça cinza escuro escapou de seu cano de descarga. O motor rugiu como um grito de liberdade quando o ponteiro do velocímetro deu sua primeira guinada e as rodas começaram a girar no terreno de concreto suntuoso que levava ao fim da garagem.
Logo em seguida os carros do Ministério brasileiro levantaram vôo. Deixando para trás o diretor Dumont que ficara vendo o rastro de fumaça deixado pelo ônibus de sua escola e o cortar do vento vindo dos carros ministeriais. Os alunos que não puderam ir à final do campeonato de quadribol se aglomeravam ao redor do diretor e de Madame Castro ou ficavam debruçados nas janelas vendo o enorme ônibus comandado pelo Prof Fagundes e os carros com os convidados britânicos subirem para os céus e serem encobertos pelas nuvens de algodão que flutuavam livremente, sem nenhuma lei ou impedimento.
Os carros do ministério da Magia do Brasil não eram magicamente ampliados para parecerem limusines como os da Grã-Bretanha. Eram apenas carros com lugares para quatro passageiros e o motorista. Desta vez Alvo foi junto de seus familiares em um carro enquanto Rosa com os dela em outro.
Durante a viagem o motorista contava histórias sobre o mundo da magia brasileiro. Ele relatara com precisão os tempos de trevas que o país sucumbira-se por muitos anos sob o domínio dos bruxos das trevas já relatados pelo Prof Fernandes a Alvo e a Rosa na manhã do dia anterior. Ele também falara sobre o quadribol, e a expectativa do povo em se consagrar campeão mundial em uma categoria que vem ganhando mais admiração com o passar dos anos.       
Quando já se passava das quatro da tarde o ônibus de Bruxolunga e os carros ministeriais apontaram seus pára-choques para baixo e começaram uma descida na vertical em direção ao solo. Alvo pode ver por fora do carro que o ônibus do Prof Fagundes regurgitava e piava conforme a velocidade aumentava. Segundos depois algumas construções puderam ser vistas e a cidade surgira, banhando os olhos de quem a via. Dava para ver o mar subindo e descendo formando tubos na costa e se transformando em espuma branquinha ao se chocar com a areia. Ao longe um bondinho subindo e outro descendo de uma montanha muito grande e bela. Depois os carros e o ônibus fizeram uma volta e contornaram um grande estádio que, por uma fração de segundo, Alvo imaginou ser o Nacional de Quadribol, mas depois viu que não era, pois não possuía as seis balizas.
Finalmente os veículos diminuíram mais a velocidade e pousaram. Pousaram em uma floresta plana e bem arborizada, com algumas áreas descampadas e planas. Os pneus arrastaram-se contra a terra e pararam formando um comprido rastro de terra rasgada e grama arrancada. Com um longo e ensurdecedor piar o ônibus parou, e depois de uma baforada de vapor o motor parou de trabalhar e descansou, esperando por baixo do capô sua lataria esfriar.

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