vez
ele tremeu e uma baforada de fumaça cinza escuro escapou de seu cano de
descarga. O motor rugiu como um grito de liberdade quando o ponteiro do
velocímetro deu sua primeira guinada e as rodas começaram a girar no terreno de
concreto suntuoso que levava ao fim da garagem.
Logo
em seguida os carros do Ministério brasileiro levantaram vôo. Deixando para
trás o diretor Dumont que ficara vendo o rastro de fumaça deixado pelo ônibus
de sua escola e o cortar do vento vindo dos carros ministeriais. Os alunos que
não puderam ir à final do campeonato de quadribol se aglomeravam ao redor do
diretor e de Madame Castro ou ficavam debruçados nas janelas vendo o enorme
ônibus comandado pelo Prof Fagundes e os carros com os convidados britânicos
subirem para os céus e serem encobertos pelas nuvens de algodão que flutuavam
livremente, sem nenhuma lei ou impedimento.
Os
carros do ministério da Magia do Brasil não eram magicamente ampliados para
parecerem limusines como os da Grã-Bretanha. Eram apenas carros com lugares
para quatro passageiros e o motorista. Desta vez Alvo foi junto de seus
familiares em um carro enquanto Rosa com os dela em outro.
Durante
a viagem o motorista contava histórias sobre o mundo da magia brasileiro. Ele
relatara com precisão os tempos de trevas que o país sucumbira-se por muitos
anos sob o domínio dos bruxos das trevas já relatados pelo Prof Fernandes a
Alvo e a Rosa na manhã do dia anterior. Ele também falara sobre o quadribol, e
a expectativa do povo em se consagrar campeão mundial em uma categoria que vem
ganhando mais admiração com o passar dos anos.
Quando
já se passava das quatro da tarde o ônibus de Bruxolunga e os carros
ministeriais apontaram seus pára-choques para baixo e começaram uma descida na
vertical em direção ao solo. Alvo pode ver por fora do carro que o ônibus do
Prof Fagundes regurgitava e piava conforme a velocidade aumentava. Segundos
depois algumas construções puderam ser vistas e a cidade surgira, banhando os
olhos de quem a via. Dava para ver o mar subindo e descendo formando tubos na
costa e se transformando em espuma branquinha ao se chocar com a areia. Ao longe
um bondinho subindo e outro descendo de uma montanha muito grande e bela.
Depois os carros e o ônibus fizeram uma volta e contornaram um grande estádio
que, por uma fração de segundo, Alvo imaginou ser o Nacional de Quadribol, mas
depois viu que não era, pois não possuía as seis balizas.
Finalmente
os veículos diminuíram mais a velocidade e pousaram. Pousaram em uma floresta
plana e bem arborizada, com algumas áreas descampadas e planas. Os pneus arrastaram-se
contra a terra e pararam formando um comprido rastro de terra rasgada e grama
arrancada. Com um longo e ensurdecedor piar o ônibus parou, e depois de uma
baforada de vapor o motor parou de trabalhar e descansou, esperando por baixo
do capô sua lataria esfriar.
Nenhum comentário:
Postar um comentário