– Uma hora – repetiu Hagrid penetrando entre os galhos das árvores na Floresta Proibida.
Pela primeira vez Alvo sentiu medo em entrar na Floresta Proibida. Das outras vezes em que o sonserino penetrara por entre os galhos e raízes da floresta era dia, podia-se ver o movimento dos galhos e das criaturas que corriam de um lado para o outro e além do mais ele estava acompanhado por mais de duas pessoas. Claro, Hagrid era a única pessoa que conhecia a floresta como a palma de sua mão. Volta e meia o professor passeava por entre as árvores da floresta a procura de seu meio-irmão gigante. Grope morava a alguns quilômetros da orla da floresta proibida. Sua moradia não era nada exuberante, somente alguns restos de brinquedos e equipamentos velhos jogados em uma pilha amontoada próxima às árvores. Quase todo dia Hagrid levava comida para seu irmão, que retribuía batendo palmas e gritando seu nome.
– O acha de chamarmos Grope? – perguntou Alvo saltando de uma raiz para outra quando os três bruxos já estavam absolutamente envoltos nas trevas da floresta. – Ele mora aqui perto, não é?
– Sim, mas... Ah, Grope não está mais sozinho. Ele tem uma companheira...
– Uma namorada – exclamou Alvo tão alto que um animal voador levantou vôo assustado.
– Sim – conformou Hagrid encabulado. – O nome dela é Frochka, uma giganta das montanhas. É bem maior que ele, mas parecem se entender bem. Frochka gosta de ficar fazendo suas jóias enquanto Grope procura comida.
– Uma giganta fazendo jóias? – Escórpio se mostrava muito surpreso.
– Jóias... Armas. Deve ser a mesma coisa na língua dos gigantes.
– Amor, blharg, eu quero, blharg, algumas lanças para me, blharg, enfeitar! – brincou Escórpio tentando animar seus companheiros, mas sem sucesso.
Novos estalos e estampidos tomaram os ouvidos dos três. A cada segundo mais altos, o que significava que eles estavam mais próximos da vítima ou do inimigo.
– Preparem suas varinhas garotos! – urrou Hagrid arrancando com as próprias mãos uma árvore do solo e a jogando pala longe. – Nosso destino é logo ali!
– Como você sabe? – perguntou Escórpio apontando sua varinha para onde Hagrid assinalara.
– ABAIXEM! PARA TRÁS DAQUELA ÁRVORE! – Hagrid agarrou Alvo e o lançou na direção de Escórpio fazendo com que os dois jovens caíssem um sobre o outro. O professor de Trato das Criaturas Mágicas levou sua enorme mão ao guarda-chuva cor-de-rosa e o abriu, como se estivesse esperando cair um temporal, porém este na horizontal.
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