– Ei, Alvo! Espere ai! – gritou uma voz ansiosa que, segundo Alvo, retardaria em mais alguns minutos seu caloroso e merecido banho.
Sem muito entusiasmo e ainda cheirando a carne podre, Alvo se virou para Erico que corria pelo gramado com um fôlego e uma disposição de invejar qualquer atleta.
– Acho que se quisermos ter vantagem sobre Ethan Humberstone no jogo de domingo... Nossa única chance será se repetirmos a mesma tática dos treinos – afirmou o capitão da equipe com convicção.
– Como?
– A vassoura, Alvo! – exclamou Erico sorrindo. Uma solitária gota de suor escorria por seu rosto entusiasmado. – Se quiser ter vantagem sobre o traidor, você deverá estar montado em algo melhor que a Nimbus.
Traidor era a maneira carinhosa de que os sonserinos tratavam os puros-sangues da Lufa-Lufa na presença de Alvo, visto que muitos parentes dele eram ligados a trouxas e a casa em questão. Isto devia a crescente popularidade de Alvo dentro da Sonserina e seu atual posto como apanhador da casa.
Quanto à proposta feita por Erico, Alvo sabia que seu capitão não estava querendo, somente, que Alvo tivesse mais facilidade para manejar sua vassoura. Erico queria que sua equipe fosse a mais perfeita entre as quatro. E que a maneira como ele abordou Alvo fora uma forma delicada de dizer “Ethan é mais rápido e melhor que você, então precisará de toda a ajuda possível!”, o que era verdade, mas Erico queria que a auto-estima de Alvo fosse a maior possível.
– Tudo bem. Mas e você? – Alvo se fingiu de interessado, mas não estava nem ligando para as explicações de Erico. Ele ainda estava radiante em saber que estaria montado em uma das vassouras ainda mais velozes daqueles tempos e que assim seria mais simples demonstrar um bom desempenho no jogo. Mas Alvo só estava preocupado em não demonstrar toda sua felicidade tão facilmente para Erico. Alvo torcia para não estar enrubescido.
Nenhum comentário:
Postar um comentário