espremidos um contra os outros como se tentassem se proteger do frio que pairava na escola naquele primeiro de novembro. Não era muito comum a biblioteca estar cheia em uma manhã de sábado como aquela, porém pelo que podia se ver, muitos alunos, assim como Alvo, acumularam mais deveres de casa do que deveriam e a vontade de terminá-los antes das primeiras partidas do Campeonato de Quadribol era grande.
Madame Pince estava sentada em sua habitual cadeira acolchoada, rabiscando algumas palavras e desenhos em um pedaço de pergaminho estendido em sua mesinha desconfortável.
– Queremos olhar a seção da Era Medieval – anunciou Rosa educadamente para a bibliotecária.
– Como quiserem – retrucou Madame Pince friamente, ansiosa para que os garotos a deixassem. Bruscamente ela tampara o pergaminho com um dos braços. – Só não façam rebuliços.
Pelo canto do olho Alvo pode ver um singelo coração mal desenhado e torto, entrelaçado por dois nomes. Um deles era Irma Pince.
Por mais que Alvo, Escórpio e Rosa remexessem os livros de Literatura Mágica e de Contos Medievais, nada fora encontrado sobre Ambratorix ou sobre O Conto do Bruxo Linguarudo. Por mais fartos de informações que os livros de Hogwarts pudessem ser, nenhum deles se referia ao artesão problemático citado pelo Prof Silvano na noite anterior.
– Ok. Dou-me por vencido! – resmungou Alvo fechando com força o exemplar de Histórias Infantis para Crianças Infantis, o que despertou Madame Pince de seu transe apaixonado fazendo a bibliotecária fuzilar Alvo com seus negros olhos de besouro. – Não existe nada sobre esse Conto do Sei lá Quem! Se Silvano queria dar alguma pista a McNaught errou completamente de história!
– Ei, olhe isso! – chiou Escórpio entregando a Alvo e Rosa, um exemplar de As Vinte Histórias mais antigas dos Bruxos.
– Não sei se notou, – disse Alvo depois de ler o título do capítulo – mas não estamos interessados no epílogo de O dia das Bruxas dos Duendes.
– Olhe somente o número da página – ordenou Escórpio como se aquilo fosse a coisa mais óbvia a se fazer.
– Quinhentos e trinta e três – disse Rosa.
– Ótimo. Agora virem a página – continuou o garoto assim que os amigos fizeram o que ele ordenara e se depararam com a introdução d’ O Conto dos Três Irmãos. – Estão vendo agora? Página quinhentos e sessenta e cinco. O que está mostrando que...
–... uma história foi arrancada – completou Rosa analisando os restos das páginas rasgadas do livro infantil. – Se Madame Pince descobre ela...
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