domingo, 11 de setembro de 2011

O Conto do Bruxo Linguarudo, pág 01


Capítulo Oito
O Conto do Bruxo Linguarudo
Ei! Olha o caminho, Alvo! – exclamou Sabrina Hildegard, quando ela e Alvo se chocaram às portas do Salão Principal, no sábado pela manhã. Rolos de pergaminho deixaram os braços de Sabrina e se espalharam pelo chão de mármore fazendo que as predições astronômicas de Sabrina ficassem expostas para os demais estudantes.
– Desculpe, ah, Sabrina – disse um Alvo sonolento agachando-se para ajudar a garota sardenta e ruiva com uma pena roxa berrante presa aos cabelos a recolher seu material de Adivinhação. – Dever de casa?
– Guarde logo isso! – chiou a garota saltando sobre os pergaminhos e os escondendo debaixo dos braços. – Ninguém pode saber que estas predições são falsas! Gosto de Adivinhação, mas...
Alvo parou de prestar atenção. Ergueu-se lentamente e seguiu seu rumo até o Salão Principal, deixando Sabrina sozinha no chão.
Aquela fora a pior noite de Alvo desde que ele chegara a Hogwarts. Ele ficara demasiadamente assustado com a idéia de seus professores estarem tramando algo secreto e misterioso dentro das paredes de Hogwarts e bem debaixo do nariz da Profª Crouch. Alvo mal conseguira pregar o olho, ficara a noite toda criando especulações sobre o que ouvira na noite anterior, quando descobrira os reais planos dos professores. E sempre que cochilava, Alvo era levado para o enigmático santuário subterrâneo onde os dois sinistros homens conversavam sobre a luz cegante do caixão luminoso.
– Você está com uma cara horrível! – bradou Rosa quando Alvo se juntou a ela e a Escórpio para tomar café.
– Obrigado.
– É sério, Alvo. Você dormiu está noite?
Alvo não se conteve e começou a explicar para os dois amigos o motivo de sua insônia. Contara nos mínimos detalhes, como e porque ele se encontrava na sala de Defesa contra as Artes das Trevas na noite anterior e colocou muitas ênfases nos nomes, objetos e fatos históricos ditos por Silvano e McNaught. Depois que Alvo terminou de relatar sua experiência noturna – o que lhe custou boa parte do café – o garoto ficou cercado pelos rostos chocados e sem cor de Rosa e Escórpio. Rosa deixara seu café da manhã de lado de uma maneira tão bruta que derramara suco de abóbora na mesa, mas ela nem o percebeu. Escórpio, por sua vez, perdera a pouca cor se seu rosto continha, seus únicos movimentos eram de suas pupilas ao piscar.
– Isso... Isso é impossível! – exclamou Rosa completamente surpresa.
– Não ouviu o que eu disse! – retrucou Alvo ofendido. – Acha que estou mentindo? O que acha que eu ganharia contando isso?

Nenhum comentário:

Postar um comentário