Alvo rapidamente fingiu estar copiando as anotações do Prof Binns, mas aquela não era uma boa desculpa. O professor parecia completamente desorientado, em quanto escrevia anotações com seu giz fantasmagórico sobre, o que parecia anotações muito mais antigas, o que proporcionava uma grande confusão entre as letras e os emblemas desenhados por Binns. Talvez fosse necessário comprar um apagador fantasma, mas onde encontrar um? Alvo então abaixou seus olhos para as anotações escritas nas carteiras pelos antigos alunos do Prof Binns. “Na dúvida, apenas diga: REVOLUÇÃO DOS DUENDES” ou “Rebelião dos Gigantes é a resposta para tudo”.
Porém Alvo não se conteve. Tinha que tirar a prova se Lívio era ou não mudo ou se era apenas tímido...
– Oi. – disse Alvo em um sussurrou para não chamar a atenção do Prof Binns, que mergulhara em uma confusa explicação sobre a Idade Média das Trevas – Sou Alvo Potter, e você é?
Alvo esperou até Lívio escrever algo em um pedaço de pergaminho. Depois o garoto passou a nota para ele e finalmente Alvo leu:
Prazer, Alvo. Sou Lívio Black.
– Por que se comunica através de notas, Lívio? – quis saber Alvo sem muita cerimônia. O garoto estava cada vez mais curioso.
Sou mudo. Escreveu. Algumas pessoas não acreditam nisso, inventam histórias de que tenho voz fina, que não sei falar ou que fui acertado por um Feitiço Silenciador mal executado, mas eu nasci sem minhas cordas vocais o que me impossibilita de me comunicar através da voz. Mas não tem problema, entre falar e ser um bruxo, ainda escolheria a segunda.
– E quanto a esse nome: Black? Pensei que esse nome havia sido extinto. – Alvo sabia que ainda existiam muitos descendentes dos Black (ele era a prova viva), mas o nome em si, deveria ter sido esquecido.
Até o ano passado eu nem sabia que meu nome era tão famoso. Segundo o Prof Longbottom, meu bisavô, Mário Black, era filho de bruxos, porém não desenvolvera nenhum poder mágico. Meu avô e meu pai sabiam fazer alguns truques de magia, porém não o suficiente para serem aceitos na escola. Parece que somente eu tive capacidade para ser aceito em Hogwarts.
– Mas como soube que você era um bruxo? Além de sua primeira magia involuntária, como soube de Hogwarts?
No meu décimo primeiro aniversário, o Prof Longbottom foi até minha casa para me entregar a carta da escola. Meu pai ficou um pouco desconfiado, mas depois ele se convenceu.
Alvo sorriu para Lívio, percebeu que ele era uma boa pessoa. Sempre disposto a botar a mão no fogo pelos amigos. No final das contas, aquela foi uma boa aula de História da Magia, não que Alvo tivesse entendido o que o Prof Binns escrevera sobre os confrontos entre homens trouxas e bruxos, mas porque aquele seria o início de uma longa amizade entre Alvo e Lívio.
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