novamente perdeu a pouca cor lhe existia. Agamenon Lestrange dera um salto ao perceber quem estava ao seu lado. O garfo que levara comida a sua boca somente uma vez agora jazia no chão. Assim como Escórpio, Agamenon arregalou os olhos como se fosse a figura fantasmagoria de seu pai que havia falado com ele. Em suma, Alvo imaginara que a reação dos dois fosse pior.
– O que quer aqui...? – Escórpio não sabia se referia a Alvo como seu pai fazia com Harry, chamando-o somente de “Potter” ou se o chamava pelo primeiro nome. Escórpio então não disse nenhum dos dois, o que não alterou o sentido de sua frase.
– Simplesmente quero tomar café. Acordei muito tarde e não tive a oportunidade de comer. – mentiu.
– E por que não vai se juntar a seus amigos sonserinos? – Escórpio fazia todo o esforço possível para se manter autoritário e enjoado somente com a presença de Alvo, mas ele não o fazia tão bem quanto seu pai.
– Eles já estão demasiadamente entretidos, e acho que minha presença poderia ser mais bem aproveitada em outro lugar, com outro grupo.
– Pra mim tanto faz. – sussurrou Agamenon Lestrange tocando em seus ovos fritos com as garras de um novo garfo que havia se materializado.
– Tudo bem. – bufou Escórpio.
Desde que foram selecionados para a Grifinória, Agamenon Lestrange e Escórpio Malfoy não se prenderam a uma conversa onde pudessem trocar mais que duas palavras. A maioria das respostas dadas pelos garotos eram um mero “sim” ou um frio “não”. Da parte de Agamenon, ele respondia as perguntas desta forma porque o restante de seus colegas não se dava ao trabalho de dirigir-se a ele com propostas melhores de conversa. Já Escórpio se mostrava frio a qualquer um que tentasse se aproximar dele. Escórpio se sentia prejudicado e solitário e o único que melhor o entendia era Agamenon. Assim um era o que mais conversava com o outro, mesmo que essas conversas fossem rápidas e desinteressantes.
– Por que acha que eu e Escórpio precisamos mais de você do que qualquer outro primeiranista? – perguntou Agamenon de repente, mas um tanto entediado.
– Simplesmente porque acho. Meu pai aconselhou-me a fazer novas amizades, principalmente com aqueles que não são de minha casa. Com esses eu tenho mais tempo para interagir do que com os demais, então no tempo que me resta acho que deveria me dedicar a reforçar meus laços de amizade com outros. E também porque acho horrível, vocês já serem perseguidos por seus próprios companheiros de casa. Sim, vi o que Eugênio Finnigan fez com vocês durante o jantar de ontem. Já eu, não acho que vocês devam pagar pelos er... pelas ações feitas por outras pessoas, se é que me entendem.
– Vindo de você, sonserino, isso é bem confortante. – debochou Escórpio.
Nenhum comentário:
Postar um comentário