Capítulo Dois
A Decisão do Chapéu Seletor
O outono chegara de repente naquele ano. O dia primeiro de setembro amanheceu de uma forma dourada e brilhante, como moedas de galeões escorrendo pelas mãos. Porém tanto a meteorologia trouxa quanto o Sistema de Controle e Observação Climática dos Bruxos, já haviam alertado a possibilidade do aparecimento de nuvens carregadas e de pancadas de chuva. Contudo nada poderia desanimar o jovem Alvo Potter, que caminhava junto a seus pais e seus irmãos pelas calçadas da poluída Londres, que era obrigada a suportar a fumaça lançada pelos canos de descarga dos carros que cruzavam as ruas próximas a estação de Kings Cross.
Duas grandes gaiolas cores de outro fosco deslizavam pela parte bamba do carrinho puxado pela pequena família que chegava a estação. Uma delas era marrom escuro como casco de árvore velha, era a coruja de Tiago Potter, a antiga Nobby, a qual Tiago tratava com muito zelo. A outra era cinza como fumaça, e um tanto rechonchuda, possivelmente por culpa dos ratos que ela caçara em quanto passava as férias de verão n’ A Toca. Esta era a de Alvo, a qual ainda não possuía um nome.
Talvez a única coisa que pudesse desanimar Alvo Potter era a morte precoce de seu avô Weasley que tivera um simples infarto poucas semanas antes do embarque à Hogwarts. Alvo ainda estava inconformado com a morte do avô. Pensava como era possível que tantos bruxos vivessem mais de cem anos – ao exemplo de sua querida tia-bisavó Muriel que possuía inexplicavelmente cento e vinte e sete anos – e seu avô, que era um bruxo bom e excepcional, morrera a partir de um simples infarto. Mas aquilo não assombrava a mente de Alvo naquela manhã de primeiro de setembro, somente uma coisa rondava sua cabeça, a chegada a Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts. Contudo com isso outro pensamento começou a atormentar sua mente inocente, a seleção...
– Não vai demorar muito, e você também irá. – disse Harry Potter para sua filha mais nova, Lílian, que agarrava sua mão em quanto chorava pela plataforma.
– Dois anos – fungou a menina de cabelos ruivos – Quero ir agora!
Volta e meia os passageiros olhavam curiosos para as corujas da família Potter, o que divertia Alvo, que já estava acostumado em ser perseguido pelos olhares daqueles que não tinham conhecimento do mundo bruxo.
Porém o irmão mais velho de Alvo, Tiago, não estava preocupado se os trouxas olhavam ou não suas corujas. Somente uma coisa o interessava, retomar a discussão que ele e Alvo haviam encerrado no carro da família. A qual já se estendera por todas as férias.
– Não quero ir! – chorava Alvo cerrando os punhos e fuzilando Tiago com o olhar – Não quero ir para a Sonserina!
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