segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

Um Beijo Indesejável, pág 11



Desta forma Alvo pode relaxar e aproveitar o banquete daquela noite como talvez não fizesse há algum tempo. Sua preocupação em como entrar na Sala Precisa e os deveres e novas matérias que ele aprendia com o decorrer das semanas o estavam deixando mais tenso com relação ao fato de ter de se lembrar de tudo aquilo para os Exames Finais. Aproveitando os bons ares que eram trazidos para Hogwarts junto com os primeiros flocos de neve que desciam dos céus, Alvo ansiava por uma boa noite de sono, aonde ele iria se enroscar o máximo possível em seus cobertores e dormir em um sono tão profundo que nem mesmo os roncos de Isaac poderiam acordá-lo.
Porém, não foi isso o que aconteceu.
Desde que Yaxley havia sido preso em Azkaban e a ligação entre o patrono morcego do bruxo e a mente de Alvo havia sido rompida, o menino havia tido uma quantidade mínima de pesadelos, nada muito além dele sonhar que chegava à classe do Prof King apenas com as roupas de baixo ou dele perdendo um jogo de Quadribol. Mas naquela noite foi diferente.
Foi como um de seus típicos sonhos bizarros, mas durante muitos momentos, aquele sonho parecia tão real, que Alvo não sabia se era realmente uma ilusão de sua mente ou a realidade. Por diversas vezes ele se confundia com as pessoas que via. Era tão real que parecia que ele havia se tornado outra pessoa.
Caminhando por corredores escuros, Alvo sentia seu corpo ser levado para uma câmara cinzenta e úmida, onde ele se perdia por um caleidoscópio de reflexos dele próprio. Mas não era ele quem ele via, por mais que fosse ele quem andava pela câmara. Alvo não conseguia distinguir as feições dele próprio, mas sentia seu rosto ser oculto por sombras, e um tecido cobrir seus cabelos. Certamente, quem quer que ele fosse não gostaria de ser identificado.
Em seguida ele falou. Falou de uma maneira sinistra que não se dava para entender, uma voz meio aguda, mas ressonante, que não dava para identificar se era de homem ou de mulher. Mesmo sendo ele a falar, Alvo não entendera tudo o que dizia, parecia uma língua antiga, muito sinistra. Ainda sem entender exatamente o que dizia, Alvo identificou as palavras “liberar”, “passagem” e “agora” ditas por ele mesmo na língua estranha. Logo após se calar, ele sentiu seu corpo ser puxado para baixo, como um escorrega infinito que o puxava para dentro da escuridão.
Após o que pareceu ser quase a metade de uma hora, Alvo aterrissou em um pavimento negro e subterrâneo, parecido com um esgoto. A cada passo que dava por uma superfície plana e regular, Alvo ouvia seus passos serem abafados por uma quantidade rasa de água negra que sujava o que quer que estivesse calçando. Inteiramente imerso na escuridão, Alvo era desejoso por alguma luz para clarear o caminho que deveria seguir. Como se seu desejo tivesse sido ouvido, o dono do corpo que Alvo hospedava retirou das vestes sua varinha e disse em um sussurro:
Lumus.
A varinha acendeu em uma luz verde e espectral, revelando o que estava ao redor do bruxo. Um salão de colunas compridas se erguia por entre um corredor enevoado, sujo, úmido e frio. Aquele certamente era um lugar esquecido onde até mesmo os animais que gostam do escuro e da umidade evitavam. Não havia sinal de nenhum ser vivo, a não ser dele que caminhava pelo corredor semi-alargado.

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