chateado ou aborrecido. – Está com ciúmes de
Ashton porque ele começou a andar comigo depois que eu o salvei!
– Eu,
com ciúmes de você, francamente...
– Sei que está! – disse Alvo com veemência. – Mas
eu digo que não precisa disso. Não é por causa de Ashton que eu sou menos seu
amigo. Você é meu camarada, desde a primeira manhã em Hogwarts do ano passado!
– Escórpio, escute o que Alvo está falando –
implorou Rosa voltando a ter os olhos cheios de lágrimas. – Ele não está
escolhendo Ashton e o deixando de lado. Ele disse...
– O que ele disse?! – a veia têmpora de Escórpio
pulsava eloqüentemente. – A mais de uma semana que ele não me fala nem um “oi”! Foi interessante para ele me ter
como amigo enquanto eu era mais um escudo contra Yaxley durante suas
investigações do ano passado... Mas agora, que não há mais nenhum mistério que
ele possa resolver, ele me descartou.
Furioso, e sem olhar nem para a cara de Rosa, que
dirá para a de Alvo, Escórpio jogou todo o seu material com brutalidade para
dentro de sua mochila. Ele a colocou com fervura nas costas e começou a trotar
para fora do salão.
– A onde que você vai? – Alvo perguntou.
Por um instante ele pensou que Escórpio fosse
continuar andando e que fosse fazer um gesto obsceno para ele, mas o garoto de
cabelos loiros quase brancos simplesmente disse com amargura:
– Não é da sua conta!
Alvo se largou na cadeira da mesa em que estava,
com a cabeça estourando de dor. Rosa tentou o confortar, mas ela mesma não
parecia nada segura do que dizia. Sua mão estava ligeiramente trêmula e ela não
parava de espiar para a entrada do Salão Principal, na esperança de que
Escórpio reconsiderasse e pedisse desculpas.
– Dê um tempo para ele – sussurrou Rosa, olhando
de Alvo para a entrada do salão. – Ele vai repensar o que disse, não dê
importância.
– Não dê
importância! – Alvo gritou olhando feio para Rosa, ele achou que ela fosse
começar a chorar como a Murta-Que-Geme, mas a prima se conteve. – Aquele
imbecil acha que eu só o usei para chamar a atenção dos outros! Ele é um tosco
retardado que pensa que o mundo todo conspira contra ele! É, é bem melhor que
ele pare de andar comigo. Não quero ser amigo de um completo idiota.
Rosa suspirou, indignada.
– Então, - disse Luís girando sua pena por entre
os dedos da mão direita – qual é mesmo a relação das Contra-Maldições?
Antes mesmo de poder responder o que realmente
queria para Luís, Alvo teve de se virar para a figura gritante e radiante de
seu irmão que corria como uma besta pelo Salão Principal, todo sujo de terra no
rosto e nas mãos e com as vestes de quadribol da Grifinória esvoaçando às suas
costas como uma capa de super-herói. Os braços estavam abertos como se ele
esperasse que toda Hogwarts viesse lhe abraçar e os óculos estavam tortos em
seu rosto e com as lentes inteiramente sujas.
– Eu consegui! Consegui! Finalmente consegui! – ele gritava como uma
criancinha que finalmente tivera êxito em montar uma pilha de blocos sozinha ou
dizer o abecedário sem cometer nenhum erro. – Eu faço parte do time da
Grifinória!
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