Depois de perder dois passes feitos por Alvo e
Erico, quase acertar o estômago de Cadu ao fazer um passe muito forte, e por
pouco não cair de uma distância perigosa, Bruto forçou Erico a mudar seus
planos para o treino.
Ele forçou mais passes, jogadas táticas e reforçou
o entrosamento entre os batedores enquanto Alvo passeava pelo campo buscando o
pomo de ouro.
– Para! Para!
PARA! Nott, você está fazendo tudo errado! – Erico estava com a face vermelha e
a voz rouca de tanto esbravejar contra Bruto, mas o monitor parecia não dar
importância ao capitão ou tinha vergonha demais para olhar na cara dele. – Com
você defende só o aro da esquerda, se Demelza está vindo em direção ao da direita! Sua besta, ou circunda os três
aros ou fica plantado no meio, dando tempo para se atirar em qualquer canto.
Bruto agora parecia ofendido.
– Olha o tom que fala comigo, Laughalot –
retorquiu ele, Alvo ouvia tudo ao longe, enquanto caçava o pomo. – Lembre-se
que além de goleiro eu também sou monitor...
– Mas aqui é meu
terreno, Nott! Eu que dou as ordens! – Erico franzia tanto o cenho que suas
sobrancelhas pareciam se unificar em uma só. – Aqui você é meu subordinado e eu
quem mando! Acha que é assim na Corvinal? Acha que Khan é quem dá as ordens ou
o capitão?
Mas ninguém respondeu, pois os dois tiveram de
desviar de um balaço errante lançado equivocadamente.
– Birkenhead, o que você tem na cabeça?! – gritou o capitão próximo a um
ataque nervoso. – Meu Deus, eu tenho de dar um jeito nessa equipe ou todos nós
estaremos f...
– Erico!
– berrou Demelza mais próxima, calando o capitão antes dele pronunciar os
palavrões que ela tanto odeia.
Ligeiramente incomodado pelo rumo com que as
coisas em Hogwarts iam, Alvo despiu suas vestes de Quadribol com agressividade
e largou-as de mau jeito dentro do cesto re roupas sujas que era sempre
recolhido por elfos domésticos. Sem esperar o restante da equipe, Alvo fugiu do
vestiário para o castelo, mas antes de ganhar uma boa distância, conseguira
ouvir os últimos gritos de Erico e o início de sua furiosa exclamação quando
descobriu que o apanhador já havia ido embora. Ele apressou o passo pela
estradinha de terra até os degraus de terra que levavam a Ponte Coberta. Sem
parar para falar com ninguém ele se dirigiu resolutamente à entrada para as
masmorras na esperança de ficar um tempo sozinho na sala comunal. Sem fazer
nada, talvez, somente folhear seus livros de brincadeiras e feitiços arteiros
no mais irrestrito silêncio. Porém ao descer o primeiro degrau das escadas em
forma de caracol ele quase esbarrou em Jill, que prestava mais atenção em seu
estojo de poções do que por onde passava.
– Olá, primo – disse ela com um sorrisinho
inocente ajeitando os frascos de poções que haviam tombado. – Nada pra fazer,
não é? Eu estava abastecendo meu estoque de olhos de salamandra e muco... Ah,
você quer dar um passeio? Eu já convidei a Lúcia, mas não terá problema se você
nos seguir. Também chamei Digory, mas ele está com uns amigos brincando com uns
retratos de uns astrólogos resmungões. E ai, topa?
– Ótima idéia, eu preciso mesmo dar uma
espairecida.
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