Alvo gelou até a espinha.
– Bastante esclarecedor, não é Potter? – falou Silvano ignorando completamente os olhares furtivos de Monomon, que fazia sinal para que ele se calasse e seguisse em diante, em direção ao santuário do Caçador de Destinos e de seu mestre. – O caminho se abrirá para você, sem restrições. Seu parente lhe aguarda. Seja o destino que ele escolhera bom ou ruim.
– E o que isso tem de esclarecedor? – resmungou Alvo aborrecido.
– Calados! – urrou Monomon com a cara rosada. – Prossigam, sem interrupções! Meu mestre está esperando para finalmente poder finalizar seu cobiça. Avante, Potter! Abra a passagem! A varinha!
Tremendo, Alvo escorregou a mão para dentro das vestes. Não tinha como fugir daquele destino ingrato que seu querido parente, que Dumbledore, Snape e os membros da tal Sociedade da Serpente prepararam para ele. Alvo tinha medo do desconhecido. Mais medo do que quando estava na plataforma pronto para embarcar no Expresso Hogwarts, com mais medo do que quando Tiago o atormentara sobre acordar com um testrálio invisível açoitando em sua cama. Mas agora tudo fazia sentido. Não o fato de ser o herdeiro do Caçador de Destinos, mas o porquê do Chapéu Seletor tê-lo colocado na Sonserina ao invés da Grifinória. Não fora porque ele pedira, como pensava Tiago, mas porque Alvo não tinha coragem suficiente para ser colocado na mesma casa que o pai. Com certeza Harry já teria entrado na gruta de Ambratorix, sem medo de poder morrer, ou mesmo já teria enfrentado Monomon antes, quando tivera a oportunidade. Tudo aquilo deixara Alvo mais fraco do que já estava, o fato de ter certeza de que era muito mais fraco que o pai. Que não poderia evitar um colapso mundial. E pior! Que ele seria o responsável por tudo.
– Alohomora – grunhiu com uma voz chorona e abalada. Alvo se continha para não debulhar-se em lágrimas por causa de seu eminente fracasso em tentar se igualar ao pai.
Houve um lampejo de luz dourada, que se chocou imediatamente com a maçaneta da porta para a gruta do Caçador de Destinos. A reação fora imediata. A porta se abrira de tal maneira que as pétalas de hortênsia foram arremessadas para os lados brutalmente. Um frescor agradável com cheiro de pomar e verduras recém lavadas encheu o nariz de Alvo. Tudo aquilo poderia tê-lo feito se sentir mais forte e mais sagaz. Mas nada parecia surtir efeito contra seu próprio fracasso.
– Muito bem, Potter – falou Monomon satisfeito. – Agora prossigamos. Como já disse, meu mestre anseia em vê-lo...
Fora como mergulhar em um de seus mais penosos e dolorosos pesadelos. Alvo vagou novamente pelo vestíbulo subterrâneo com colunas de pedra que o sustentavam contra a terra batida e as raízes das árvores que caiam por todos os
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