Fora a tarde mais fria de todo o ano. A neve e o vento pareciam não se entender, provocando nevascas que impediam que Alvo pudesse enxergar o pomo de ouro. O ar retumbava com ira dificultando a comunicação dos artilheiros sonserinos. As jogadas eram mal executadas e o placar da casa fora muito magro. Diferente da Corvinal que possuía jogadores capazes de executar jogadas individuais com precisão. Emília Jenkins mal notava a presença dos adversários. Ela desviava de Erico e de Demelza com tanta destreza que em questão de segundos marcava mais um gol para sua casa. Alvo amaldiçoava-se cada vez que confundia o pomo com um dos balaços. Suas mãos suavam e pareciam congelar no cabo da Firebolt. As vaias que vinham das arquibancadas pareciam estar em volume máximo, pois conseguiam chegar com clareza aos ouvidos dos jogadores. As torcidas estavam revoltadas com o que viam. Estava pior do que um jogo dos Chudley Cannons. E Alvo não conseguia fazer nada.
No fim a Corvinal ganhou com folga. O placar fora duzentos e quarenta a quarenta. Henrietta Pole, a apanhadora da Corvinal, contornou a arquibancada de sua casa festejando junto a seus colegas. Entre eles estavam o monitor Owen Khan, goleiro da equipe.
Alvo estava irado com a derrota, mas não mais do que Erico Laughalot que berrava com o time ao entorno de estádio. A sorte da equipe era que a nevasca impedia que todas as frases ditas por Erico fossem ouvidas pelos demais.
– Nós não estamos em último. Ainda temos chances de nos classificarmos! – berrava Demelza sobre o ruído da multidão que marchava para fora do estádio. A artilheira estava vermelha de tanto gritar.
– Teremos de jogar com a sorte. E eu detesto isso! – Erico chutava os montes de neve ao seu redor, ignorando completamente o que seus companheiros diziam. – A Grifinória já está classificada. Que bando de filhos...
– Erico! – rugiu Demelza batendo o pé. Não existia nevasca no mundo mais forte que a voz da garota. – Acalme-se!
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