Nunca imaginara ver Alvo como ele via naquele momento. Não era mais o Alvo Potter bobinho que ficava invocado com as implicâncias do irmão mais velho e que gostava de fingir ser um grande bruxo mestre do Quadribol. Harry via um Alvo Potter assustado e amedrontado. Uma testemunha que sobrevivera a um crime de maneira admirável quando se julga sua idade. Harry estava orgulhoso do filho, mas naquele momento ele só queria ouvir a verdade.
– Ok, você venceu – disse Alvo lançando um sorriso tanto envergonhado. – Vou ser mais breve em certos momentos e mais detalhado em outros.
Desta vez Alvo relatou precisamente o que ocorrera no interior da Floreta Proibida. Harry fora o primeiro bruxo a ouvir da boca de Alvo as súplicas e os segredos de Malcolm Baddock, que revelara ter matado o verdadeiro Epibalsa McNaught. Mas o momento em que Harry ficou mais absorto fora quando Alvo recitara as últimas palavras que ele ouvira de Baddock. Antes de ele implorar para permanecer vivo. Alvo relatou com precisão as palavras de Baddock com relação ao retorno de Voldemort. Ao fim, pai e filho ficaram calados. Um olhando para o outro, como se buscassem a resposta para suas dúvidas no olhar e nas expressões de cada um.
– Isso é possível, pai? – perguntou Alvo receoso.
– Eu não sei – afirmou Harry com um suspiro. – Existem lendas, crenças e mitos que poderiam comprovar as alegações de Baddock... Mas não existe veridicamente uma magia capaz de trazer os mortos de volta a vida, você sabe disso. Voldemort só voltou porque ele não estava realmente morto. Havia as Horcrux. Mas depois que eu o silenciei, não deveria existir nenhuma magia capaz de trazê-lo de volta.
Alvo pensou em revelar ao pai tudo sobre o que ele Rosa e Escórpio sabiam com relação ao Prof Silvano, mas algo dentro de sua mente o impediu. Ao invés disso outra coisa deixou sua boca.
– Pai, isso que eu te revelei agora, sabe, sobre Voldemort... Eu não contei a ninguém. Não sei se Escórpio e Hagrid contaram aos aurores durante o interrogatório, mas eu não o creio. Escórpio estava com a perna ensangüentada, com fortes dores e Hagrid, bem, eu acho que ele se interessaria mais se estivessem falando de outro bebê Fofo. Não sei por que não contei nada a McGonagall ou a Crouch, mas me senti melhor contando para você. Acha que eu errei?
– De forma alguma – falou Harry sorrindo. – Al, isso só mostra o que eu desconfiava. Você confia em mim. Mais do que na diretora ou em Raquel. Isso me deixa feliz. Mas se tem mais alguma coisa a me dizer, melhor que diga agora.
O coração de Alvo pesou. Como ele poderia trair o pai naquele momento? Como poderia não revelar das tramóias do professor? Mas sua mente permaneceu no comando de suas ações. Alvo permaneceu em silêncio.
– Ok. Acho que terminamos – disse Harry.
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