– Raquel, Patrice. Quero que vocês dois vão à cabana de Hagrid e o peçam para que os leve até a tribo dos centauros. Foi burrice minha deixar Tito ir sozinho. Duvido que os centauros falem mais do que predições sobre os astros.
– E o garoto? – perguntou o Sr Burke.
– Deixem que com ele eu me entendo – afirmou Harry Potter autoritariamente. Ele agarrou uma das carteiras vazias da sala onde os membros da F. A. L. E. se reuniam e depositou-a à frente de Alvo. Quando Raquel e Patrice Burke deixaram a sala Harry não conteve seu sorriso e logo puxou o filho para entre seus braços. Já fazia algum tempo que os dois não se falavam que dirá se abraçavam. Alvo ficou abraçando seu pai por não menos de cinco minutos até que Harry o soltou.
– Como está? – perguntou Harry ao filho. – Não respondeu a carta de sua mãe. Ela estava irada. Ameaçou enviar-lhe dez berradores como presentes de Natal.
– Como eu poderia responder a mamãe se os aurores interceptaram todas as corujas? A escola está um caos. Nossas aulas são interrompidas, os corredores estão cheios de jornalistas e aurores, e nem me pergunte sobre Skeeter!
– E o Quadribol?
– Estou bem. Só preferia não ter de usar a vassoura do capitão durante os jogos.
– Você é muito ansioso – afirmou Harry ainda sorrindo. – Espere até o Natal. Digamos, digamos apenas que seu presente virá voando do Largo Grimmauld – Harry lançou uma piscadela a Alvo, pouco antes de seu sorriso murchar e em seu rosto, uma expressão fria e atenta tomar sua face.
– Você não veio aqui somente para saber como eu estou, não é? – Alvo também já não mais sorria. Ele voltou lentamente para sua carteira, um tanto tristonho.
– Não, Alvo. Por mais que eu quisesse ficar aqui com você o dia todo conversando e brincando, meu trabalho me força a ser mais severo e focado – Harry se sentou na cadeira que ele retirara do meio das demais. Seus olhos estavam fixos em Alvo, como se ele pudesse ler sua mente apenas olhando por trás de seus óculos redondos. – Al, eu preciso que me conte sobre o atentado de segunda-feira. Raquel e Patrice já devem ter lhe dito como isto é de extrema importância, então espero que coopere...
Alvo se sentiu estranho. Nunca pensara em seu pai realmente como o chefe do Quartel General dos Aurores, até aquele momento. Ele sabia como era seu trabalho e conhecia seu escritório, mas nunca vira o pai em ação. Alvo sabia que estava diante de seu pai, o mesmo que assaltava a geladeira nas madrugadas e se encolhia por trás das almofadas quando Gina levantava a voz, mas naquele momento Alvo não estava diante de Harry Potter, o pai dedicado que sempre achava graça do feito dos filhos. Naquele instante, Alvo estava diante Harry Potter, o chefe de uma legião de aurores, disposto a descobrir a verdade mais oculta dentro de Alvo.
Harry sentia a mesma coisa.
Nenhum comentário:
Postar um comentário