– Assim será feito.
– Tchau, mãe – disse Alvo no instante em que o rosto de Gina sumia entre a fumaça cinza escura do fogo. – É, estávamos certos quando quisemos ficar aqui. Alvo se atirou contra uma poltrona aconchegante. Tiago, Rosa e Fred fizeram o mesmo. O gato peludo de Sabrina fugiu rapidamente de perto de Fred e saltou no colo de Rosa.
– O que acham que eles farão com as coisas do vovô? – perguntou Fred depois de encarar Peludinho. – Vocês sabem; as coleções de artefatos trouxas, as roupas, e o Ford Anglia voador.
Fred mencionara o velho carro que pertencera ao Vovô Weasley e que passara uma boa temporada escondido na Floresta Proibida. Há dezenove anos ele fora uma grande dor de cabeça para dois Comensais da Morte que não conseguiram controlá-lo e acabaram presos em seu porta-malas. O carro fora encontrado por um grupo de aurores que conseguiram domá-lo. Desde então ele fora limpo e estacionado em sua antiga habitação, a garagem d’ A Toca. Onde o Vovô Weasley gastava horas e horas fazendo reparos e manutenções.
– Quem se importa? – acenou Tiago olhando para a brasa. – Só o vovô que se importava com aquelas coisas. Agora que ele morreu são apenas cacarecos.
– Tenho absoluta certeza de que ninguém ira jogá-los fora – disse Rosa convicta, levantando do sofá e se dirigindo as escadas que davam ao dormitório feminino. – O tio Harry não vai deixar que o façam. São as memórias do vovô. Acharam um meio de guardarem aquilo.
Tiago olhou para Rosa, mas não encontrou palavras que descrevessem seus sentimentos. Fred preferiu olhar para fora da torre, mas Alvo sabia exatamente o que dizer.
– Eles acharam um lugar para a Toca? – disse ele irritado. – Preferiram vendê-la. Qualquer lugar que aceite as ferraduras será um bom lugar, ah? Qualquer desmontadora ficará com o Ford voador. Grande solução... E Tiago, – seus olhos deixaram Rosa e fixaram em Tiago, analisando-o. – o que a mamãe quis dizer com “... não perceber o que seu filho mais velho fez”? O que estava escrito naquela carta que Matilda trouxe?
– Não é da sua conta, Alvo-fofoqueiro – disse Tiago ajeitando seus odiáveis óculos. – Algo que fiz, mas que mamãe e papai já me perdoaram.
– E o que ela quis dizer com “Agradeça ao Alvo.”? – insistiu.
– Já disse que não é da sua conta. – repetiu Tiago, desta vez mais seriamente.
– Vou lá para baixo – resmungou Alvo. – Vejo vocês amanhã.
Ele se despediu dos parentes e seguiu em silêncio até as masmorras. Sua cabeça latejava a cada pesado passo que dava conforme descia as escadas. E sua desconfiança com relação a Tiago cada vez mais aumentava.
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