a bolinha e, de um jeito ou de outro, encerrado a
partida concretizando a derrota da Sonserina?
Deixando o estádio de Quadribol com uma cara de poucos
amigos, Alvo não estava muito para conversas e ficou andando deslocado do
restante dos estudantes que seguiam para o castelo. Sua moral com os sonserinos
ainda estava abalada por sua proteção e, agora declarada, amizade com Ashton e
agora como carrasco do jogo, talvez não fosse mais a mesma coisa. E também
havia o fato de Bruto ter perdido praticamente todo seu prestígio com a Casa.
Poderia os sonserinos passar por cima de sua decisão e voltar a atormentar a
Ash, e agora, a ele, novamente? O que estaria pensando Brian Capper, Heth
Vaisey e todos os outros que gostariam de ver Ash fora da Sonserina?
– Foi uma boa captura, Al – disse uma voz
masculina, porém bem jovem, às suas costas. – Pena que não venceu o jogo.
Alvo girou nos calcanhares para ver quem falava
com ele. Verdadeiramente não era ninguém de sua casa, como ele já imaginava,
mas sim Digory Weasley, que seguia junto a Rosana, a filha mais nova do tio
Jorge e irmã de Fred, e Rosa que vinha uns passos mais atrás.
– Uma pena mesmo – respondeu Alvo com secura. –
Agora os sonserinos têm mais um bom motivo para me detestar.
Alvo falou de uma maneira tão sombria e azeda, que
Digory até recuou por um segundo e teve a face tomada pelo assombro. Ao notar
tal atitude, Alvo se desculpou por se mostrar tão grosseiro e completou dizendo
que a culpa não era de Digory, mas sim da derrota.
– Eu compreendo – falou Rosana se intrometendo
entre Alvo e Digory. – Papai também não fica muito contente quando perde um
jogo. Principalmente quando é para o tio Carlinhos ou para o tio Rony. Você não
tem de se culpar, Al. Ainda faltam dois jogos, sendo que o último é com a
Grifinória – Rosana revirou os olhos e passou os dedos, indicador e médio, da
mão direita pelos cabelos escuros e escorridos. – É, sinto muito por não haver
mais chances de vocês ganharem a taça.
Essa era Rosana, sempre com a resposta na ponta da
língua, e sempre muito ruim para melhorar os ânimos de alguém, nada muito
diferente de seu irmão.
– Obrigado pela sinceridade, Ros.
– Disponha! – falou ela com um sorriso, meio
genuíno, meio dissimulado.
– E sobre aquele outro assunto, Al – disparou logo
Rosa antes que Alvo pudesse prolongar mais a discussão sobre Quadribol com
Digory e Rosana.
– Achei que já tivesse deixado bem claro meu
posicionamento com relação a tal, Rosa – ele revirou os olhos e descobriu um
grande interesse em ficar encarando as pontas dos tênis. – Se Escórpio não
fizer o favor de vir se desculpar comigo, nós ficaremos na mesma. E você terá
de se conformar com isso mais cedo ou mais tarde.
– Mas ponha-se no meu lugar, Al – mesmo não
olhando para Rosa dava para ver que ela estava emocionalmente abalada. Sem nem
mirá-la, Alvo já sabia que seus olhos estavam molhados, e que a prima fazia
esforço para não chorar. – Acha que eu gosto de ver meus dois melhores amigos
brigados, por um motivo besta? E ainda ter de suportar o fato de nenhum deles
estar a fim de mudar isso.
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