domingo, 23 de junho de 2013

Percimpotens Locomotor, pág 20



a bolinha e, de um jeito ou de outro, encerrado a partida concretizando a derrota da Sonserina?
Deixando o estádio de Quadribol com uma cara de poucos amigos, Alvo não estava muito para conversas e ficou andando deslocado do restante dos estudantes que seguiam para o castelo. Sua moral com os sonserinos ainda estava abalada por sua proteção e, agora declarada, amizade com Ashton e agora como carrasco do jogo, talvez não fosse mais a mesma coisa. E também havia o fato de Bruto ter perdido praticamente todo seu prestígio com a Casa. Poderia os sonserinos passar por cima de sua decisão e voltar a atormentar a Ash, e agora, a ele, novamente? O que estaria pensando Brian Capper, Heth Vaisey e todos os outros que gostariam de ver Ash fora da Sonserina?
– Foi uma boa captura, Al – disse uma voz masculina, porém bem jovem, às suas costas. – Pena que não venceu o jogo.
Alvo girou nos calcanhares para ver quem falava com ele. Verdadeiramente não era ninguém de sua casa, como ele já imaginava, mas sim Digory Weasley, que seguia junto a Rosana, a filha mais nova do tio Jorge e irmã de Fred, e Rosa que vinha uns passos mais atrás.
– Uma pena mesmo – respondeu Alvo com secura. – Agora os sonserinos têm mais um bom motivo para me detestar.
Alvo falou de uma maneira tão sombria e azeda, que Digory até recuou por um segundo e teve a face tomada pelo assombro. Ao notar tal atitude, Alvo se desculpou por se mostrar tão grosseiro e completou dizendo que a culpa não era de Digory, mas sim da derrota.
– Eu compreendo – falou Rosana se intrometendo entre Alvo e Digory. – Papai também não fica muito contente quando perde um jogo. Principalmente quando é para o tio Carlinhos ou para o tio Rony. Você não tem de se culpar, Al. Ainda faltam dois jogos, sendo que o último é com a Grifinória – Rosana revirou os olhos e passou os dedos, indicador e médio, da mão direita pelos cabelos escuros e escorridos. – É, sinto muito por não haver mais chances de vocês ganharem a taça.
Essa era Rosana, sempre com a resposta na ponta da língua, e sempre muito ruim para melhorar os ânimos de alguém, nada muito diferente de seu irmão.
– Obrigado pela sinceridade, Ros.
– Disponha! – falou ela com um sorriso, meio genuíno, meio dissimulado.
– E sobre aquele outro assunto, Al – disparou logo Rosa antes que Alvo pudesse prolongar mais a discussão sobre Quadribol com Digory e Rosana.
– Achei que já tivesse deixado bem claro meu posicionamento com relação a tal, Rosa – ele revirou os olhos e descobriu um grande interesse em ficar encarando as pontas dos tênis. – Se Escórpio não fizer o favor de vir se desculpar comigo, nós ficaremos na mesma. E você terá de se conformar com isso mais cedo ou mais tarde.
– Mas ponha-se no meu lugar, Al – mesmo não olhando para Rosa dava para ver que ela estava emocionalmente abalada. Sem nem mirá-la, Alvo já sabia que seus olhos estavam molhados, e que a prima fazia esforço para não chorar. – Acha que eu gosto de ver meus dois melhores amigos brigados, por um motivo besta? E ainda ter de suportar o fato de nenhum deles estar a fim de mudar isso.

Nenhum comentário:

Postar um comentário