– Ok! Ótimo, o show já acabou e todos agora sabemos
como nos comportar! – gritou Flora Palmer dispersando a multidão da passagem
para a sala comunal. – Vamos logo, não temos nada mais para ver! Ei, olha como
fala comigo! Sou monitora, vocês não tem nenhum dever de casa para fazer?
Aos poucos a multidão de sonserinos foi se
dispersando. Somente Alvo, Bruto e Capper se mantiveram nos seus mesmos
respectivos lugares enquanto a massa verde e preta se espalhava entre
dormitórios e sala comunal. Alguns alunos despiram suas mochilas e sacaram suas
penas e pergaminhos, outros tiraram livros e cadernos de anotações e começaram
a ler em silêncio e um menor grupo partiu para seus referentes dormitórios. Mas
todos ainda tinham as palavras de Alvo e de Bruto nas mentes, como se fosse uma
mensagem a ser guardar para a vida (o que não deixava de ser), que ficaria
rondando seus pensamentos por um longo tempo.
Lucas e Perseu congratularam Alvo pelas palavras e
não deixaram de mostrar sua surpresa e admiração pelo discurso de Bruto. Em
seguida Isaac chegou do final da fila que se dissipara e também parabenizou
Alvo com um soco de leve no ombro e um despentear nos cabelos. Isaac também
xingou Capper de babuíno miolo mole. Assim os três sonserinos convidaram Alvo
para fazerem o dever de História da Magia juntos. Alvo garantiu que se uniria a
eles, mas não iria agora.
– Vocês não sabem o que estão fazendo! – continuou
Capper como se nada houvesse acontecido. – Isso que vocês disseram, de lado
certo e errado, para mim continua sendo uma baboseira. Vão se arrepender quando
a Sonserina começar a perder o respeito e a superioridade perante as outras
casas...
– Vai embora antes que eu te dê uma detenção –
ameaçou Bruto sem mais paciência. – Sim, porque tudo o que fez seria plausível
de algumas semanas de castigo.
– Traidores! Sangues-ruins! – acrescentou Brian
antes de seguir em passos pesados até seu dormitório.
– Foram belas palavras mesmo, Bruto – parabenizou
Alvo dando uma tapa de leve nas costas do monitor.
– Obrigado. Falei mais de improviso, minhas mãos
ainda estão suando – ele as estendeu, revelando suas palmas que brilhavam
conforme a luz incidia sobre seu suor. – Só queria que todos os outros fossem
tão fáceis de persuadir quanto eu fui. Tibério não terá os pensamentos
alterados da mesma forma.
– Acho que se o subornarmos com um bom pedaço de
filé, ele acabará aceitando nosso ponto de vista – brincou Alvo, mas Bruto
considerou como um bom plano. – E quanto aos mais velhos e os mais novos.
– Os mais novos são mais fáceis e se modificar, ou
até mesmo intimidar. Tudo é novo para eles e acho que nós mais velhos podemos
exercer certo controle. Os mais velhos, bem, são mais turrões e cabeças
fechadas, mas eu exerço algum respeito como monitor e acredito que poderemos
amenizar a situação. E eu também falarei com os garotos da minha turma.
– O mesmo eu farei – assegurou Alvo.
– E em breve Bennett não precisará ter mais medo
de ter a retaguarda baixa. Mais cedo ou mais tarde, faremos com que a Sonserina
seja a casa mais adequada aos novos costumes com os nascidos-trouxas, eu te
prometo.
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