Alvo repetiu o Feitiço do Corte em todos os tentáculos presos a Hagrid. Em questão de segundos os braços e pernas do gigante já estavam livres, e sua traquéia desobstruída. Hagrid cauí de joelhos sobre a terra e então disse:
– Obrigado, Al – disse ele lentamente tentando recuperar o ar. – Estou te devendo uma.
– Potter! – gritou Escórpio desesperado, mancando para junto de Alvo e Hagrid com uma mão na perna esquerda que sangrava e a outra apontando para entre as árvores. – Aranhas! Aranhas Gigantes!
Alvo teve de apertar os olhos para distinguir os borrões negros que chegavam por entre os arbustos e as árvores da floreta. Uma dúzia de aranhas de tamanho sobrenatural avançava pesadamente em direção aos três. Suas pinças batiam contra o chão com raiva e ira, igual quando fizeram com Harry e o tio Rony no segundo ano deles, todas famintas e lideradas por Aragogue. Desta fez, seus netos eram quem estavam presentes no ataque, seus vários olhos negros fixados nas três figuras invasoras. O intruso que tomara a forma do Prof McNaught gemia de medo, tentando se afastar ao máximo dos aracnídeos famintos. Mas as aranhas pareciam ignorar sua forma decadente e desesperada.
– Hagrid – falou Alvo esperando que ele tivesse uma longa amizade com os netos de sua aranha de estimação.
– Posso tentar – afirmou Hagrid como se tivesse lido os pensamentos de Alvo. – Parem! Sou eu Rúbeo Hagrid, o criador de Aragogue! Respeitem sua memória e não avancem!
A maior aranha entre as muitas que se aproximavam tomou a frente do bando ainda batendo as pinças contra o chão. Ele começou a dizer algumas coisas, mas que foram muito difíceis de entender por causa do barulho das demais aracnídeas.
– Eu sou Moragogue! – apresentou-se o aracnídeo gigante. – Primogênito de Ferogue, o rei de nossa colônia. Sou o próximo na linhagem real. E não aceito ordens de humanos! Nem mesmo daquele que criou meu avô!
As aranhas voltaram a avançar cada vez mais violentas e com mais sede de sangue. Alvo e Escórpio se entreolharam no mesmo momento em que Hagrid armava novamente seu arco.
– Vocês não são como Aragogue – murmurava ele irritado. – Ele era bom. Vocês não!
– Sabe algum feitiço? – perguntou Escórpio suando frio.
– Uma vez eu ouvi o nome de um... Mas não sei se dará certo! – Alvo tremia até a espinha. A varinha apontada para Moragogue de maneira ameaçadora. Conforme as aranhas avançavam a coragem tomava mais o corpo de Alvo. Suas pernas não estavam mais bambas e seus braços estavam rígidos. Melhor morrer lutando. Pensou ele quando Hagrid lançou a primeira flecha.
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