domingo, 23 de junho de 2013

Percimpotens Locomotor, pág 18



Seguindo as arquibancadas, Alvo estudou os professores, cada um com sua peculiaridade e seu olhar cauteloso, apreensivo, entediado ou satisfeito com relação ao jogo que se transcorria. Elevando mais o olhar, Alvo se dirigiu para além do campo de Quadribol e das passagens pela floresta, chegando ao castelo de Hogwarts, como sempre esplendoroso escavado na montanha. Ele pensou em como deveria ter sido trabalhoso montar e arquitetar toda aquela estrutura, e se sentiu honrado por ser descendente daquele que fez os primeiros esboços e ergueu aquela morada.
Com o sol alto, deu para ver mais atentamente os detalhes do castelo, as janela, as portas e os corredores, até uma criatura enorme que planava por entre as torres, se aproximando mais de umas, pousando em outras e piando conforme agitava suas enormes asas. Sim, deveria ser uma espécie de grande porte, pois somente assim Alvo poderia vê-la com tanta clareza estando ele tão distante. Não era um hipogrifo nem um testrálio, pois se fosse Alvo não o estaria vendo. E por um instante ele desejou que não fosse nenhum bichinho “curioso” de Hagrid que houvesse perdido o controle. A criatura permaneceu planando, aparentemente cansada, mas até que um novo gás tomou conta de seu corpo e ela voltou a agitar com mais força suas asas. Circundando a Torre Oeste e se escondendo por entre as sombras do castelo, sem que Alvo pudesse mais vê-la.
Intrigado com a criatura, o menino apertou mais os olhos para tentar continuar a acompanhá-la, mas ela se perdeu com definitivo.
O jogo está tão interessante para o lado da Sonserina que Potter parece ter desistido de prestar atenção em suas obrigações e prefere olhar a morte do bezerro apaixonado”, narrou Jones tentando conter uma gargalhada. “Não é para menos já que...”
O megafone se silenciou sem aviso.
Como um blecaute concentrado, todos os apetrechos e objetos encantados por magia desligaram. Jones bateu com os dedos abertos no megafone para ver se ele recuperava a voz, mas nada aconteceu. As vassouras ficaram estacionadas em pleno ar, incapazes de se locomoverem, frustrando um contra-ataque da Sonserina. Os desenhos encantados para correrem e se animarem em bandeiras e flâmulas ficaram completamente petrificados, sem esboçar vida. Até mesmo o pomo de ouro perdera forças.
Alvo, sem querer, avistou a bolinha dourara uns quatro metros acima de onde estava flutuando a vassoura de Patrícia Kirke. Ele estava tão fraco e esgotado de magia que era possível observar suas asinhas de beija-flor. Não havia dificuldades em vê-lo, ele mal conseguia ficar no mesmo lugar, ia caindo, centímetro por centímetro, se aproximando cada vez mais de Kirke. “Vamos, volte ao normal!”, implorou Alvo mentalmente para sua vassoura. Mesmo com tudo desligado, se Kirke pegasse o pomo, a partida estaria encerrada de uma maneira ou de outra.
Professores estavam inquietos, se agitando e tentando chegar a um consenso para explicar o motivo do blecaute, alunos agitavam suas varinhas, mas não produziam nenhum efeito. Estava tudo errado, mas Alvo mal desgrudava o olhar do pomo. “Droga, Thunderstorm! O que está havendo? Volte logo ao normal!”.
Poderia ter sido o apelo de Alvo que fizera com que sua vassoura voltasse ao normal, mas ele teria de ter desembolsado uma quantidade enorme de magia para fazer com que tudo voltasse a funcionar ao mesmo tempo.

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